sábado, 11 de junho de 2016

Max Weber

 Karl Emil Maximilian Weber, conhecido popularmente como Max Weber, foi um intelectual alemão considerado como um dos principais fundadores da Sociologia. Nascido em Erfurt no dia 21 de abril de 1864 e faleceu em Munique no dia 14 de junho de 1920. Sua carreira acadêmica se deu início na Universidade Humboldt, em Berlim e logo, na Universidade de Freiburg, de Heidelberg, de Viena e de Munique. Sua influência é notável nos dias atuais, nas vertentes da economia, direito, ciência política e administração.


Weber foi tão influente na política da Alemanha que foi um dos consultores no Tratado de Versalhes, de 1919 e da comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar.

Como antes dito, seu trabalho como pensador, estudioso, intelectual foi direcionado para o aprofundamento do capitalismo (em questões politicas e enconômicas) e do processo de racionalização e desencantamento do mundo, que se diz respeito ao processo de descrença nas “forças mágicas” que explicariam a vida, de forma que não lamentamos-a. Esse conceito pode ser ligado ao protestantismo, por exemplo, em virtude da reforma protestante do século XVI, com a racionalização e a "desmagificação" da religião; visto que o protestantismo é a racionalização religiosa.
Nessa tirinha nota-se um aspecto de desencantamento do mundo.

Em questão ao capitalismo, Weber aborda que a ética protestante foi fundamental para o surgimento de tal sistema econômico e social. Weber diz que alguns dos conceitos dos protestantes (calvinistas) que contribuíram para a consolidação desse foram a vida austérea, ou seja sem vícios, o trabalho como vocação (dedicação), a burocracia e o controle deste, o hábito de ter uma poupança (acúmulo de capital) e a antes dita visão desencantada do mundo.

Max Weber define a sociedade e as ações sociais em 3 tipos de ações e dominações, como:


Ações:
  1. Ação tradicional: orientada pelos costumes, tradições ou hábitos familiares.
  2. Ação afetiva: resultante dos desejos e paixões/sentimentos, como o caso do cantor John Lennon que foi assassinado por um homem que dizia ter o artista como ídolo.
  3. Ação racional: guiada por valores de ordem ética, estética ou religiosa. Um exemplo é o motivo que leva uma pessoa a arriscar sua vida por uma ideia.

Dominações:
  1. Dominação tradicional: poder que decorre das tradições como por exemplo o patriarcalismo e a gerontocracia (governo dos mais velhos, mais experientes)
  2. Dominação carismática: decorre da personalidade de um líder e da sua capacidade de mobilização das massas, como por exemplo o famoso Hitler que foi capaz de formar uma conexão bruta com milhões de pessoas, como disse Emil Klein, um ouvinte dos discursos de Hitler em 1920, “o homem emanava um carisma tal que as pessoas acreditavam em qualquer coisa que ele dizia.”
  3. Dominação legal: poder existente nas instituições do Estado, garantido por lei e por definições.

Em A política como vocação, um outro trabalho relevante de Weber, este definiu o Estado como a estrutura política que vincula o monopólio legítimo do uso da força física em um determinado território (Weber, 2000),  uma principal definição quando se estuda a ciência moderna política no Ocidente.

Fazemos uma analogia com o cenário atual, usando a Síria como exemplo, já que esta apresenta uma situação discutível em relação ao conceito weberiano de Estado, levando à um de seus principais conceitos na definição de Estado, fundamental para o pensamento político: O monopólio do uso legítimo da força. Isto é, uma única entidade (sendo ela o Estado) pode exercer autoridade com o uso da violência em determinado território - também sendo uma característica do Estado. Esse monopólio leva a uma questão de legitimação, a qual o uso da violência legítima é função exclusiva do Estado e não de outros agentes que compõe a população e a sociedade do país.
Sírias nas ruas manifestando contra a guerra em seu país.


Tomando-se como base o conceito de Estado de Max Weber e a situação presente da Síria, faz-se a análise de que os quatro pontos fundamentais são descumpridos, de forma que:

  1. há a ausência do monopólio do uso da força, já que tem-se a criação de forças rebeldes e seus constantes ataques
  2. há uma falta de legitimidade do governo, tendo em vista que este é recusado por grande parte da população. Porém, há também uma outra parcela da população que é a favor do presidente Assad, desta forma, não tornando o governo completamente ilegítimo.
  3. o uso da força utilizada pelo governo é abundante, enfatizando o poder do presidente, mas não sua autoridade já que os rebeldes extremistas fazem o mesmo. Qualquer uso da força e da violência que não provenha do governo acaba desafiando a autoridade deste, de modo que qualquer grupo armado ativo no território representa uma afronta à autoridade do governo e uma falha na capacidade do Estado de posicionar-se como legítimo.
  4. A proteção do território não tem sido efetuada, visto os 4,8 milhões de refugiados desde o início do conflito até os dias de hoje (ACNUR) além da livre entrada de armas e outros utensílios pelas fronteiras da Síria.
É notório que muitas ideias e ideologias desenvolvidas por Weber são aplicadas até os dias de hoje, nem que indiretamente, tornando-o um dos maiores e mais influentes filósofos conhecidos com conceitos que circulam a sociedade atual e, provavelmente, a de muitos anos em diante.

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